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Não basta gostar de café, é preciso entender de café.
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Andrea Cafeística

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Vamos te apresentar um guia para a criação de sua melhor embalagem de café, em sete passos.

No desenvolvimento de qualquer negócio, temos sempre algo em comum: queremos deixar nossa marca no mundo, concorda? Nessa narrativa, idealizamos o nosso propósito, o nome, o logotipo, a identidade visual, os produtos, o público alvo e onde queremos chegar.

E, se um negócio compreende a venda de cafés, é natural que a busca seja pelo reconhecimento da marca pela qualidade do produto. No entanto, se você já vende ou pretende vender cafés, certamente compreende que a comunicação da sua marca vai muito além deste quesito básico.

Por exemplo, quando o consumidor ainda não conhece a qualidade do seu café, qual o melhor recurso para despertar-lhe o desejo, para que ele adquira algo que ele ainda não provou? Sim, a embalagem!

Além de suas funções primárias como proteção e transporte, a embalagem é uma das estratégias mais eficazes para estimular a percepção de valor.

Por meio de um visual atraente e que torne a experiência de compra mais positiva, a embalagem se torna fator decisivo na compra. 

Confesse, tenho certeza de que você já comprou algo de uma marca desconhecida, de um produto que você nem precisava, só por que foi atraído pela embalagem e pelas informações que ela passava, não é mesmo? Sim, todos nós fazemos isso, consciente ou inconscientemente.

E não é a toa que a indústria de alimentos investe tanto em pesquisas nos campos da neurociência, análises sensoriais, e nas interações que influenciam a percepção humana, com o objetivo de atrair e fidelizar seus consumidores.

Tecnologia e Inovação nas latas da Root’s Coffee

Muito bem, mas como podemos empreender, vendendo cafés de uma maneira mais original, de forma a destacar nosso produto e nossa marca, usando a embalagem a nosso favor?

Destacamos sete passos para você considerar ao criar sua embalagem de cafés.

1. COMECE PELO BÁSICO

A premissa de uma embalagem é a preservação e transporte de produtos, portanto, uma ótima embalagem de cafés é aquela que preserva melhor as características e qualidade de seus aromas.

Deve ser feita de matéria-prima inócua, apropriada para uso em alimentos, que não confira odor ao produto e que seja fabricada segundo as boas práticas de higiene.

Quanto menos exposição ao oxigênio, luz e umidade, o café manterá suas características por mais tempo, influenciando assim, inclusive, na data de validade do produto.

2.  COMUNICAÇÃO

Outro fator básico, são as informações descritas na embalagem. É preciso garantir que seu consumidor tenha acesso a informações claras e genuínas sobre seu produto, uma vez que  sua decisão de compra se orienta pelos dados ali destacados.

Desta forma, a rotulagem de alimentos se tornou assunto de políticas públicas, uma vez que o acesso a essas informações é direito básico do consumidor

A rotulagem de alimentos é regulamentada por órgãos como ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária), InMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) entre outros, que padronizam essas informações.

O não cumprimento dessas normas em embalagens, implicam em uma série de  problemas ao produtor, e aos comerciantes, com penalidades que variam desde advertências até multas pesadas.

Nesta comunicação, existem dados obrigatórios como por exemplo o conteúdo líquido, validade, denominação de venda, dados de origem, alertas, etc. e existem especificações de como devem estar na embalagem, tamanho de letra, expressões permitidas e ainda outras.

E também existem regras do que não deve ser destacado em uma embalagem de alimento, como algumas expressões, figuras ou termos que podem confundir o consumidor.

Você sabia que o produto café tem normas de rotulagem específicas, de acordo com seus regulamentos técnicos? Pois então, a rotulagem é seriamente normatizada e precisamos estar de acordo com todas as leis para nos posicionar de forma profissional.

3. DEFINA O CONCEITO

Neste passo, é preciso questionar-se: qual o conceito da sua marca?

Quando se cria uma marca, existe um conceito base, que norteia para um propósito. E dessa forma, suas ações de marketing e publicidade devem ser baseadas nesse conceito.

É por meio da comunicação da marca, que o público compreenderá seu posicionamento, e é a soma desses fatores, que irão compor sua imagem perante o mercado.


LEIA TAMBÉM: A IMPORTÂNCIA DA INDICAÇÃO GEOGRÁFICA PARA O CAFÉ

Seu conceito deve, então,  conversar com seu público-alvo, e deve estar coerente com seu posicionamento ou à imagem que a marca deseja.

Por exemplo: se a sua marca levanta a bandeira de causas sociais, o que sua embalagem comunica a respeito disso? Se sua marca se posiciona como inovadora, será que uma linguagem muito formal estaria adequada ao seu conceito?

A embalagem comunica de diversas formas subliminares, muito além do texto ali impresso.  O material empregado, o destaque ao produtor ou região, a arte, são detalhes que não passam despercebidos pelos consumidores que compram sua causa. Pense nisso.

4. ALINHE O DESIGN

O design fala! Muito mais do que as palavras, as cores, a tipografia, as formas utilizadas em uma embalagem interagem diretamente com seu cliente na atração, venda, e inclusive na percepção de sabor.

As cores devem relacionar o produto à sua marca, mas compreenda que, da mesma forma, podem influenciar positiva ou negativamente na percepção de sabor do seu cliente. Sim, por mais estranho que pareça, é comprovado cientificamente que a percepção de sabor é influenciada pelos nossos cinco sentidos, portanto, as cores interagem conosco, afetando o que percebemos como sabor.

Veja abaixo, pelo detalhe das embalagens, você pode imaginar qual desses cafés nos pacotes parece ter o sabor mais intenso?

créditos: Unsplash

 

A tipografia também precisa estar alinhada ao seu conceito, existem estudos que mostram como as pessoas interpretam as letras, relacionando-as as marcas como mais elitizadas ou mais populares, por exemplo.

As formas e  texturas que compõem o design também interferem na percepção do consumidor, em relação à marca e ao produto, e toda essa complexidade precisa ser considerada na embalagem, de forma a favorecer seu café.

5. AGREGUE VALOR

O seu conceito também estará atrelado aos valores da sua marca, e será percebido através de sua embalagem. Sendo assim, pense quais valores sua marca e seu produto comunicam.

No mercado de cafés de especialidade, vemos alguns dos destaques em embalagens como premiações de concursos de cafés, valorização da origem como as indicações geográficas e certificações de qualidade.

A humanização da marca e produto desponta com grande relevância, destacando os protagonistas desses cafés, os pequenos produtores e micro-torrefações.


VEJA: SELOS E CERTIFICAÇÕES NAS EMBALAGENS DE CAFÉ


A rastreabilidade, ou a segurança em saber como e qual o caminho seu café percorreu, assim como as questões sobre sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, já não são mais um diferencial, isso têm sido cada vez mais cobrado pelos consumidores como uma obrigação.

Cada vez mais é importante usar a criatividade para que sua embalagem possa comunicar esses valores, claramente.


6. FIDELIZE SEU CLIENTE

O mercado de cafés especiais sabe que seu público é de uma certa forma, infiel às marcas, uma vez que temos à disposição infinidades de cafés variados, e consumidores ávidos por perfis diferenciados.

No entanto, quando compreendemos que a função da embalagem, além de manter o alimento seguro, é um excelente meio de comunicação, perceberemos que ela é uma maneira incrível para criarmos conexão com nossos consumidores.

As embalagens podem desenvolver essa interação de inúmeras maneiras: sendo presenteáveis, personalizadas, interativas, retornáveis, inclusivas, acessíveis, colecionáveis, enfim, uma série de opções para que seu cliente volte a comprar a sua marca.

7. SAIA DO ÓBVIO

Por ironia,  a expressão “sair do óbvio” já virou um clichê, mas é relevante posicionar-se de formas diferenciadas ao que já se pratica confortavelmente, há algum tempo no mercado de cafés.

Claro que entendemos as dificuldades em relação à custos, à constância e disponibilidade de fornecedores, ao acesso de materiais, além de outras dificuldades.

Mas, com criatividade e alguma pesquisa no mercado de alimentos e bebidas é possível explorar muitas possibilidades para que se use a embalagem a favor do seu negócio.

Veja esse case de sucesso, de um de nossos mentorados, no curso Master Coffee Label.  A Root’s Coffee inovou, ao apresentar uma embalagem totalmente diferenciada, com tecnologia que preserva as características dos grãos por mais tempo, além de um design muito atrativo, priorizando as informações técnicas e normas de rotulagem.

Latas que preservam a qualidade de Root’s Coffee

 

Dias 8, 9 e 10 de setembro de 2022 acontecerá a 4ª edição do Intertorra, o maior encontro de torrefadores do Brasil.

O evento promove um intercâmbio de conhecimento entre torrefadores mestres e aprendizes, oferecendo uma verdadeira imersão em conhecimento sobre torra e o mercado de torrefações.

Serão aproximadamente 150 profissionais do café reunidos, com o intuito de compartilhar ensinamentos através de múltiplas experiências.

Profissionais experientes no mercado de cafés, como consultores, instrutores, pesquisadores, cafeicultores, mestres de torras, Q-graders,  foram escalados como embaixadores do evento, enriquecendo o intercâmbio com seu know-how.

Os embaixadores atuarão na interação entre todos os intercambistas, liderando e orientando as equipes a buscarem os melhores resultados, nos blocos de torra, assim como nos cuppings.

A IMERSÃO 

São previstas 15 horas de programação diárias, com conteúdo intensivo, nos 3 dias de intercâmbio. 

Diversas palestras estão programadas, ministradas por profissionais com ideias inovadoras e experimentos disruptivos. O objetivo é enriquecer ainda mais as atividades do evento, trazendo novas perspectivas aos participantes.

Mas é claro, tudo isso regado a momentos de descompressão também, com muita diversão a ser proporcionada aos participantes.

COMO ACONTECE O INTERCÂMBIO?

Haverão atividades 100% práticas, organizadas em blocos de torras, com 12 máquinas, de 3 fabricantes diversos. Sendo assim, todos os intercambistas terão oportunidade de praticar em 3 tipos de torradores diferentes.

Todas as torras serão monitoradas pelo software Cropster, com apoio de profissionais qualificados, e cada bloco de torra disponibilizará um período, para que seus participantes torrem diferentes cafés.

Os cafés de cafeicultores reconhecidos por sua qualidade, foram cuidadosamente selecionados para o Intertorra. Serão cafés com diversos tipos de processamentos, como o Natural, Fermentado e Cereja Descascado, fazendo com que os intercambistas possam praticar em diversas realidades de matéria-prima.

AVALIAÇÃO E CUPPING

As amostras dos melhores resultados das equipes, serão selecionadas para serem avaliadas em um cupping e também por um protocolo de avaliação sobre a qualidade da torra, onde os melhores perfis serão destacados.

Dessa forma, os participantes também se aprofundarão em análises sensoriais e calibração, conduzidos por profissionais que são referências no Brasil e no mundo. 


VEJA TAMBÉM: GOSTO, AROMA E SABOR DO CAFÉ. ENTENDA AS DIFERENÇAS.


Uma excelente oportunidade para ampliar os conhecimentos sobre matéria-prima, técnicas, máquinas, tecnologias, com feedbacks valiosos de diversos profissionais.

Se você busca networking e muita troca de experiências, saiba que este evento é único no Brasil e promete entregar muito conhecimento para o desenvolvimento do profissional de torra e para o mercado de torrefações.

É o conhecimento de todos, para todos, democrático e inclusivo. Entendemos que esta é a melhor forma de somarmos para o mercado de torrefadores no Brasil”. (Matheus Tinoco, idealizador do Intertorra)

Matheus Tinoco, idealizador do Intertorra

ONDE SERÁ O INTERTORRA ?

O local que sediará a 4ª Edição do  Intertorra é uma atração à parte: A Fazenda Morada da Prata, município de Batatais, no interior do estado de São Paulo, pertencente a Região Metropolitana de Ribeirão Preto.

Localização do município de Batatais-SP.

Reconhecida pela produção de cafés especiais de excelente qualidade e, ao mesmo tempo, por resgatar e proteger a cultura local, a Fazenda Morada da Prata têm seus valores pautados na sustentabilidade, na preservação da história do café, e no uso da tecnologia para obter os melhores grãos.

A Fazenda é certificada em programas como o Rainforest Alliance, 4C, e Café Practices, destina 33% de sua área como reserva florestal, além de preservar a história do café com construções originais de 1926, onde segue o projeto para um museu, com diversos registros da história que entremeia o café e nosso país.

Você pode falar diretamente com o organizador do evento, Matheus Tinoco, para saber mais informações sobre o Intertorra, o maior encontro de torrefadores do Brasil, clicando aqui.

 

Será que  gosto, aroma e sabor do café só dependem do nosso paladar e olfato? Veja como seus cinco sentidos interagem com seu café.

Chamamos de sensorial do café todas as sensações que experienciamos ao prová-lo, e vai muito além de aroma e gosto. O ato de comer ou beber desperta uma experiência sensorial multidimensional.

A atividade multissensorial através do café é a soma da percepção de vários estímulos captados por nossos cinco sentidos (visão, tato, audição, paladar e olfato), criando diferentes sensações, que obviamente, são individuais,  mas que formam um conjunto complexo de interações e se traduzem em determinadas impressões.


Saiba mais: COMO FAZER UM BOM CAFÉ EM CASA


Análise sensorial é saber descrever em palavras essas impressões e dessa forma, facilitar a nossa compreensão e comunicação.  Por isso, vamos conceituar gosto, aroma e sabor para que você consiga analisar e expressar sobre seus cafés.

Entenda o que é gosto

Gosto é a sensação do sentido do paladar, que ocorre na cavidade oral.

Nós captamos o gosto pelo contato do alimento, por meio das papilas gustativas, que são os receptores dos elementos químicos do que ingerimos. Esses estímulos serão traduzidos pelo cérebro como sensações, que podem ser agradáveis ou não.

Esses receptores também estão presentes no palato mole (céu da boca), na bochecha, na epiglote e na parte superior do esôfago.


Leia depois: CAFÉ COM ESTÔMAGO VAZIO FAZ MAL?


A ciência já avançou para a denominação de outros gostos, mas seus receptores ainda não foram identificados, por isso, vamos nos deter aos cinco gostos básicos conhecidos: doce, salgado, ácido, amargo e umami. O café tem compostos químicos que se relacionam com os cinco.

Onde percebemos os gostos?

Estudos antigos apontavam que a língua teria zonas específicas para percepção de gostos (mapa da língua ou língua geográfica), no entanto, esse conceito já está ultrapassado, uma vez que novos estudos sugerem que somos capazes de perceber os gostos nas mais diferentes áreas da língua. 

Cada botão gustativo, independentemente de sua localização, tem potencial para identificar qualquer um dos 5 sabores. A mensagem captada pelas células do botão gustativo é enviada pelos nervos cranianos, que conectam todos os botões gustativos ao cérebro.

Você já prestou atenção onde sente os gostos na sua língua? Você sente mais em áreas específicas como ponta, laterais ou fundo, ou sente em praticamente toda a língua?

Quero te propor um exercício: Prove um alimento qualquer, um tomate por exemplo, e perceba onde você sente a doçura, onde a acidez é identificada e se sente amargor? Em qual parte da língua?

Entenda o que é aroma

É cheiro, odor, fragrância ou aroma? Todas são palavras sinônimas, mas em análise sensorial existem diferenças.

Quer saber como isso é relevante no café? Veja!

A ISO 5492 explica: “O odor é uma propriedade sensorial perceptível pelo órgão olfativo quando certas substâncias voláteis são aspiradas e, o aroma, como uma propriedade sensorial perceptível pelo órgão olfativo via retronasal durante a degustação”.

De forma geral, a palavra “aroma” está associada em geral, a cheiros que remetem a algum sabor, enquanto “fragrância” se relaciona a coisas que não necessariamente podemos degustar, como perfume, madeira, folhas ou metal.

Por isso, em um cupping, que é uma avaliação técnica sensorial de cafés, a avaliação do cheiro do café moído e seco, é designada Fragrância. E no café “molhado”, ou seja, em infusão, é designado Aroma.

O aroma pode ser definido como as moléculas voláteis desprendidas de um alimento, ou seja, os compostos químicos que dão identidade a praticamente qualquer sabor conhecido. Eles libertam-se na boca, pela mastigação e interação com a saliva, e se direcionam até a sua cavidade retronasal. São as células receptoras olfativas que ficam atrás do seu nariz que fazem com que seu cérebro interprete os aromas.

O aroma é tão valorizado na indústria de alimentos, que ao longo do tempo muitos estudos se dedicaram para produzir aromas sintéticos e idênticos aos naturais e assim “melhorar “o sabor dos produtos.

Vemos isso em alguns cafés aromatizados artificialmente, no entanto esses aditivos acabam mascarando muitos atributos (ou defeitos) dos cafés. A boa notícia é que os cafés de qualidade, os chamados Especiais, trazem aromas que são próprios dos grãos e que intensificam a complexidade e o prazer de provarmos os cafés.

O frescor do café é um fator muito relevante na intensidade dos aromas da bebida. Após a torra, e principalmente após a moagem, o processo natural de oxidação do café faz com que essas moléculas acabem se perdendo para o ambiente, e, por consequência, o café vai diminuindo seu potencial de sabor.

Comece a cheirar o seu café em todas as etapas do preparo. Desde a moagem, pré-infusão e na bebida final. Perceba como você começa a reconhecer e nomear os aromas.

Entenda o que é sabor

De uma forma simples, podemos dizer que, o sabor é formado pela junção dos gostos básicos  e dos aromas desprendidos na mastigação e deglutição.

É assim que, numa prova às cegas, somos capazes de identificar o sabor de um alimento específico, na medida em que os aromas são os grandes responsáveis pela distinção entre os alimentos.  E é por isso que, quando estamos resfriados, os sabores da comida ficam sem graça.

Veja só que curioso: uma mordida numa maçã, libera em média 130 compostos orgânicos na sua boca. No mel, são mais de 200. No café temos em torno de 1.500 estruturas diferentes.

Comemos com os olhos … e com o tato também

Mas a composição do sabor é muito mais que isso. O sabor também pode ser influenciado por outros sentidos como o tato. O Mouthfeel é uma denominação para as sensações que o alimento causa na boca, como cremosidade, viscosidade, crocância, picância, refrescância, umidade, oleosidade, aspereza ou sedosidade. Essas sensações também compõem o sabor.

A temperatura percebida através do tato, também causa essa interação, por isso sentimos sabores diferentes quando provamos o mesmo alimento quente, e depois frio. Um café ingerido muito quente, ativa as células termo receptoras como uma forma de proteção, nosso organismo o interpreta como um perigo, e isso inibe a nossa capacidade de compreender os sabores mais delicados.

 

 


Imperdível: COMO DESENVOLVER ANÁLISE SENSORIAL PARA O CAFÉ

Da mesma forma, a visão também influencia a percepção do sabor, antes mesmo de colocarmos o alimento na boca. Aspectos como a aparência do alimento, seu brilho, formato, textura , como também as cores do próprio alimento ou dos utensílios (como as xícaras), e até mesmo da embalagem, sem que você perceba, já estão enviando estímulos sobre aquele alimento e o que você pode esperar do sabor dele.

O cérebro faz isso por meio de associações com outras experiências que já vivenciamos anteriormente.

Por exemplo, em um café de torra clara, resulta em uma bebida de cor avermelhada, e causa estranheza em quem está acostumado com torras escuras; antes mesmo de provar o café, a pessoa interpreta: esse café está fraco.

No entanto,  a tal “força do café” tem a ver com sua extração e concentração.

Por isso, a cor da bebida, isoladamente, não diz tanto assim sobre o café. No entanto, é um fator a ser levado em consideração quando queremos apresentar cafés “diferentes” aos consumidores de cafés tradicionais, uma vez que a cor interferirá diretamente no sabor percebido desse novo consumidor.

Uma dica é servir esse mesmo café de cor mais clara em uma xícara de cor escura, dessa forma podemos interferir positivamente na percepção, trazendo o visual do café a algo mais familiar (cor escura).

Gostou das dicas? Perceba como seus cinco sentidos jogam a seu favor em sua experiência com cafés.

Esses e outros temas são abordados na etapa online do curso Master Barista que vai te guiar nessa jornada de conhecimento pelo universo dos cafés de qualidade.

Conheça clicando aqui.

 

A BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) inicia novo protocolo e certifica método de preparo de café especial. Quer saber como?  Confira aqui.

O que faz a BSCA?

O site da BSCA aponta que a associação tem por finalidade, o desenvolvimento de parcerias para pesquisas, difusão de técnicas de controle de qualidade e com as promoções de produtos, consegue elevar os padrões de excelência dos cafés brasileiros oferecidos nos mercados interno e externo.

Quais as outras especialidades da BSCA?

Entre o coado e o espresso existem infinitas maneiras de preparo, não é mesmo?

Em casa, nos escritórios, nas cafeterias e em muitos serviços de alimentação, inúmeros tipos de coadores e utensílios para o preparo de cafés, são utilizados.

Muitos deles, objetos de desejo dos consumidores e amantes de cafés, que os ostentam por seu design, beleza e maneiras diferentes para verdadeiros rituais de preparo.

método de extração


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Como funciona a certificação da BSCA?

Baristas elegem seus métodos favoritos, seja pela praticidade na operação, pelo resultado de bebida que entregam ou para disputar nas diversas modalidades de competições de barismo.

Mas para nós, brasileiros, existe um grande problema. A maior parte desses acessórios não são fabricados aqui e as taxas de importação elevam bastante o custo para aquisição desses utensílios.

Diante disso, a BSCA buscou desenvolver uma certificação dos produtos criados e fabricados no país, com o propósito de reconhecimento e valorização de métodos nacionais.

Koar de cerâmica
Koar de Cerâmica

SAIBA COMO FAZER UM BOM CAFÉ EM CASA


E então, o pioneiro nessa certificação de métodos de preparo de café especial foi o método Koar, com reconhecimento em 28 de janeiro de 2021.

modelo de certificação de método de preparo da BSCA
Certificação de Método de Preparo pela BSCA

O Koar foi desenvolvido em Pernambuco e lançado em 2017, com um design que facilita alcançar as notas mais doces e encorpadas nos cafés. É fabricado em 4 tipos de materiais: cerâmica, acrílico, inox e porcelana.

Além dos coadores, a empresa Koar desenvolveu filtro de papel próprio, e uma linha de outros acessórios, como decanter graduado, suportes, canecas, bolsas, entre outros, que fazem a alegria dos coffee lovers.

Quais são os critérios de certificação?

Entrevistamos Vanusia Nogueira, diretora da BSCA, para sabermos como foi o processo de certificação de um método de preparo.  Você também poderá assistir a entrevista na íntegra, no YouTube.

Os fabricantes do método devem ser associados à BSCA e atender os requisitos básicos para a certificação.

É primordial que o método de preparo permita manter a qualidade sensorial de cafés certificados pela BSCA.

Os cafés selecionados para o teste, mantêm, no pós-torra, as mesmas características descritas nos cafés verdes, segundo a avaliação de degustadores profissionais.

O resultado final não poderá apresentar nenhum gosto ou aroma residual, seja do material do utensílio ou do filtro utilizado.


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Os materiais dos coadores, ou o filtro de papel, não podem interferir na qualidade sensorial da bebida, mantendo as características originais dos cafés.

A avaliação é feita às cegas, por degustadores e baristas, por meio de análise comparativa a outros métodos tradicionais no preparo de café filtrado.

Sendo assim, segundo os avaliadores, o café preparado no Koar, tanto de acrílico, como o de cerâmica,  mantiveram os atributos dos cafés, garantindo ao método Koar, a chancela da BSCA como um método aprovado para o preparo de cafés especiais.

Além do sabor, a usabilidade

No desenvolvimento deste protocolo, outras questões também foram pontuadas, como praticidade no manuseio, embalagem, assim como instruções de uso para o consumidor, como fatores relevantes na certificação.

O fabricante certificado recebe um documento da BSCA e a autorização para o uso do selo em seu produto.

E assim, um caminho se abre para outros fabricantes nacionais que buscam reconhecimento para seus produtos, fomentando a manufatura de acessórios de qualidade e de fácil acesso para os consumidores de cafés do Brasil e do mundo.

Merecemos, não é?

Novas bebidas vegetais estão disponíveis para os consumidores, mas você sabe o porquê que a bebida vegetal não pode ser chamada de leite?

Antes de pensarmos que um dia amaríamos café como hoje, lembremos que nosso alimento primário foi o leiteSim, afinal somos mamíferos e o leite é fundamental na nutrição infantil.

E após o período do aleitamento materno, muitos de nós perseveramos no consumo desse alimento, que é rico tanto do ponto de vista nutricional, como de sabor. 

Culturalmente falando, o leite faz parte dos nossos hábitos alimentares desde a primeira refeição do dia e é ingrediente de muitas outras preparações. Seja puro ou em seus derivados como queijos, manteiga ou creme de leite, é um produto de alto consumo.

NEM SÓ DE CAFÉ VIVE A CAFETERIA

Em cafeterias, as matérias-primas fundamentais são o café (o grande astro) e o leite (coadjuvante, mas não menos importante).

A história nos apresenta essa harmonização perfeita de café e leite desde muito tempo atrás. O café,  já foi considerado como bebida pagã pela igreja católica, mas, ironicamente, o famoso cappuccino, originalmente criado no século XVII,  tem seu nome graças a um monge, o italiano Marco D’Aviano. 


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O menu de bebidas originais italianas, criadas a partir do espresso, é presente em qualquer cafeteria, e a maioria dessas bebidas contém leite.  Estamos falando do Macchiato, Latte, Cappuccino, Flat White, Mocha e até o brasileiríssimo Pingado.

Técnica do latte art
Créditos Taylor Franz em Unsplash

O Latte art consiste na técnica onde se desenha o café com leite vaporizado, é também bastante apreciada pelos consumidores. Sem o leite,  latte art não existiria, nem os campeonatos dessa técnica entre os baristas.

DIVERSIFICAR É PRECISO

No entanto, outras alternativas vêm sendo desenvolvidas, para atender novas e importantes demandas. Algumas, para substituição do leite, ou para proporcionar novas possibilidades de sabores ao consumidor.

A intolerância à lactose, um dissacarídeo natural do leite, é uma importante razão pela procura de outras opções de bebidas, ainda que, atualmente, seja grande a oferta de produtos lácteos sem lactose.

A população com alergias e intolerâncias alimentares é crescente, sendo outra motivação pela procura de alimentos substitutos. Os alimentos considerados alérgenos (ou alergênicos) são aqueles considerados potenciais causadores de alergias alimentares em indivíduos sensíveis às proteínas desses alimentos.

O leite de vaca ou de outros mamíferos é considerado um alimento alérgeno, assim como alguns alimentos vegetais , por exemplo, amendoim, aveia, avelã, castanhas, nozes, soja, e outros, também estão entre os alérgenos mais comuns. 

No entanto, dentre os consumidores, está também o público que opta por não incluir alimentos de origem animal em seus hábitos nutricionais, são os adeptos do vegetarianismo e veganismo. O veganismo é uma filosofia que vai além da restrição do consumo, mas contra toda exploração animal e que prioriza produtos de menor impacto ambiental.

Portanto, a cafeteria que não inclui os “leites vegetais” em seu cardápio, está precisando rever os seus conceitos e adotá-los rapidamente.

O QUE SÃO AS BVCOLS ?

As chamadas BVCOLs (Bebidas vegetais à base de cereais, oleaginosas e leguminosas), como é o caso das bebidas de arroz, aveia, castanhas, soja, entre outras, têm sido as novas estrelas nos serviços de alimentação e bebidas.

Bebida vegetal
Créditos: Conor Brown em Unsplash

Algumas marcas procuraram adequar suas formulações para melhor desempenho da bebida com a vaporização, para chegar próximo ao resultado de cremosidade que o leite apresenta, já havendo inclusive competições de Latte Art com bebida vegetal.

Conversei com o barista  Wilian Bryan, ele nos conta em sua experiência, que os de aveia trazem melhor resultado em relação a sabor, textura e performance em latte art e os de soja são os que mais dificultam a cremosidade almejada na vaporização.

MAS PORQUÊ ESSAS BEBIDAS NÃO PODEM SER CHAMADAS DE LEITES VEGETAIS?

No Brasil, os alimentos, são regulamentados por órgãos como a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) entre outros, já que estão sob o contexto da saúde, assim como da cultura e da economia. 

Alguns dos alimentos têm suas definições ou denominações previstas em documentos legais, como é o caso do leite. A Portaria 146/96, que é o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) sobre Produtos lácteos, define: 

Entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O leite de outras espécies deve denominar-se segundo a espécie da qual proceda”.


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Portanto, leite de vaca, é chamado leite. Leite de outros mamíferos precisa ser designado: leite de cabra, leite de búfala, etc. Sendo assim, do ponto de vista legal, bebidas que não sejam produto das glândulas mamárias, não podem ser chamadas de leite, mas sim bebidas ou alimentos à base de vegetais.

Podemos associar ao mesmo exemplo da cevada torrada, que pode ser usada como substituto do café, como uma opção de bebida sem cafeína.

Esse produto não pode ser chamado de “café de cevada”,  já que a definição de Café está prevista em seu RTIQ (RDC 277/2005), sendo considerado café, somente o fruto de espécies do gênero Coffea.

Cevada torrada
Créditos Tijana Drndarski em Unsplash

A única exceção para ser chamada de leite vegetal, por enquanto, é para o leite de coco, que pode ser designado assim, pois segundo a Resolução – CNNPA nº 12, de 1978, “leite de coco é a emulsão aquosa extraída do endosperma do fruto do coqueiro (Cocos nuoífera)”. Mas isso pode mudar.

INFORMAÇÃO CLARA É DIREITO DO CONSUMIDOR

Esses regulamentos são criados para a definição correta e precisa, sejam de produtos industrializados ou não, inclusive para garantir o direito à informação clara ao consumidor.

Está tramitando o projeto de lei 10556/2018, elaborado pela deputada Tereza Cristina, com o objetivo de evitar a confusão com a denominação ‘leite’.

Segundo o projeto, o uso de expressões como leite vegetal, assim como iogurte ou manteiga vegetal, cria uma concorrência entre os produtos, e induz o consumidor a acreditar que o alimento é similar ao leite de mamíferos. No entanto,  não possuem o mesmo caráter nutricional do leite e dos seus derivados.

A proposta foi inspirada no exemplo de um regulamento europeu de 2013, que restringe as denominações “leite”, “soro de leite”, “manteiga”, “nata”, “queijo”, “leitelho” e “iogurte” exclusivamente a produtos lácteos.

É POSSÍVEL COMPARAR BEBIDA VEGETAL COM LEITE?

Do ponto de vista nutricional, estudos apontam que BVCOLS industrializadas, normalmente são enriquecidas com nutrientes como cálcio, vitamina D e B12, para se equipararem ao valor nutricional do leite de vaca.

Quanto aos valores proteicos, diferem em relação ao substrato: as leguminosas apresentam mais proteínas em relação às oleaginosas e de outros cereais ou vegetais. 

Todos os vegetais apresentam algum teor de fibras (que o leite não possui) e alguns deles podem conter glúten, como no caso da aveia.

O leite, por ser alimento de origem animal, naturalmente contém colesterol, e seus teores de gordura são relativos às suas classificações. Por exemplo, o Integral (mínimo 3%), Semi-desnatado (0,6 a 2,9 %) e Desnatado (máximo de 0,5 %).

Do ponto de vista culinário, são amplamente utilizados, no entanto, apresentarão diferenças no sabor,  textura e cremosidade.

Um outro ponto de comparação pode ser o preço, sendo os das bebidas vegetais relativamente mais altos que o leite.

BEBIDA VEGETAL ARTESANAL COMPENSA?

Fabricação própria do leite
Créditos: Couler em Pixabay

É preciso lembrar que os leites e bebidas vegetais industrializados passam por tratamentos térmicos, como a pasteurização ou UHT (Ultra High Temperature) para garantir a segurança alimentar. São processos que prolongam a vida útil do produto e eliminam microrganismos nocivos. 

Sendo assim, a produção caseira das bebidas vegetais necessita de cuidados com higiene e controle de temperatura. O ideal é que sejam preparadas diariamente e consumidas em até 24 horas, mantendo-se sempre sob refrigeração. Assim , evita-se a contaminação e prejuízos à saúde do consumidor.

Por fim, seja bebida vegetal, ou leite, as designações dos alimentos existem e ninguém gosta quando seu nome é trocado, não é mesmo? E independentemente do motivo pelo qual seja feita a sua escolha, esperamos que você tenha boas experiências, de preferência acompanhando um ótimo café!

Dentre as riquezas do nosso Brasil, além dos cafés, temos uma jovem cafeicultora, atleta de tiro esportivo, que mira seus esforços para chegar nas Olimpíadas, cujo alicerce está no café especial. Neste artigo, vamos apresentar a história de Brenda Pereira, sua relação com o café e como ela se prepara para o maior evento esportivo do mundo.

Confira todos os detalhes nos tópicos abaixo!

FAMÍLIA DE CAFEICULTORES

Brenda Pereira é filha de Luciano e Elizângela Pereira, faz parte da quarta geração de uma família de cafeicultores da cidade de Manhuaçu, em Minas Gerais, região das Matas de Minas.

O Sítio da Tapera, propriedade da família de Brenda, está localizado aos pés do Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó.


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Seu bisavô foi um dos pioneiros na região a cultivar cafés, cultura que permaneceu e foi se desenvolvendo, passando por gerações.

Desde o princípio,  seu avô e seu pai, que somaram à renda, a agricultura de subsistência, como o cultivo de milho e feijão,  mantiveram o café sempre como o protagonista em suas terras.

Cafeicultora do tiro esportivo
Brenda Pereira é atleta de tiro esportivo

Atualmente, a própria Brenda, com apenas 16 anos, que busca as inovações para o negócio da família, conciliando seus estudos, os treinos no esporte e o trabalho na lavoura.

Cada geração deu sua contribuição, aumentando a área plantada, introduzindo novas cultivares, implementado novas técnicas, novos equipamentos, até que a nova geração (da Brenda), trouxe a tecnologia para dentro do sítio. Dessa forma, possibilitou o contato com os compradores e admiradores do café lá da cidade grande, o que nos despertou o interesse pela oportunidade de vender nosso café diretamente ao consumidor final, diz Luciano, pai da Brenda. 

Segundo Brenda, o envolvimento com o café vem de forma natural. Ela cita que começou carregando água, depois foi auxiliando em tarefas leves, e quando percebeu, já está fazendo de tudo, no processo de colheita e pós colheita.

De acordo com a jovem “atualmente, é através do celular e da internet que buscamos abrir novos horizontes e possibilidades, mas as dificuldades ainda são muitas”, comenta.

Brenda Pereira na lavoura de café
Brenda Pereira, 16 anos participa ativamente da produção de cafés

ATLETA DO CAFÉ

O talento de Brenda, vai além da cafeicultura, ela também se destaca como uma atleta brasileira recordista de tiro esportivo. 

Em 2016, seu pai adquiriu uma carabina de chumbinho e diante da curiosidade da filha, entendeu que era prudente ensinar-lhe o manuseio correto, a fim de evitar qualquer acidente com o equipamento.

Em janeiro de 2017, Brenda e o pai, ingressaram em um clube de tiro da cidade e, apesar da pouca experiência e idade (com apenas 12 anos, na ocasião), a menina já se destacou pela habilidade com o tiro. 


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Essa habilidade notável de Brenda os motivaram para a participação em competições de outros níveis em diversas cidades.

A cada competição, despertavam curiosidade nos demais participantes por sua origem na cafeicultura. Ficavam satisfeitos em apresentar seu café a outras pessoas, e dessa forma, animaram-se a aprimorar seus processos, buscando cada vez mais qualidade em seus grãos.

CURRÍCULO DE CAMPEÃ

Como sabemos, os atletas brasileiros dependem muito de suporte, e Brenda recebeu incentivo de alguns apoiadores, como o Clube de Tiro Guardiões do Caparaó, da empresa Dematek com o empréstimo de equipamento para treino e competição. Além disso, o ex- atleta Mauro Salles a presenteou com uma Carabina Fein 800, e a jovem recebeu uma roupa olímpica confeccionada a mando de um empresário do Paquistão.

A junção dessas forças, sobretudo o talento e força de vontade de Brenda, lhe garantiram esta lista de classificações:

  • Tri-campeã Mineira – CMA (Carabina Mira Aberta)
  • Tetracampeã Brasileira – CMA
  • Tricampeã do Campeonato CenBra (Centro Brasileiro) – CMA
  • Tri-campeã da Copa Brasil – CMA
  • Bi-campeã Mineira – Carabina de Ar 
  • Campeã Brasileira – Carabina de Ar
  • Bi-campeã da Copa Brasil – Carabina de Ar
  • Recordista na CMA e na Carabina de Ar, nível mineiro e brasileiro. 
  • Melhor colocação internacional:  11º lugar no Campeonato RWS COP em Dortmund, Alemanha

E os títulos não ficaram apenas no esporte. A família de Brenda compreendeu que poderia desenvolver seus processos para uma melhor qualidade de seus grãos, e implementaram melhorias, desde o manejo do solo até o pós-colheita para a produção de cafés de classificação especial e em 2020, receberam o 3º lugar no Concurso Municipal de Qualidade do Café de Manhuaçu.

Brenda Pereira com medalhas
Brenda Pereira no pódio

AS OLIMPÍADAS NO ALVO

Brenda nos conta que procura evoluir cada vez mais, dedicando-se muito e participando de competições internacionais e chegar até as Olimpíadas. 

Tentará disputar o campeonato mineiro e brasileiro, que lhe possibilitará a busca por vagas nas disputas internacionais.

Os campeonatos mineiro e brasileiro estão previstos para outubro e dezembro de 2021, respectivamente, se o calendário não sofrer alterações diante da instabilidade que a pandemia impõe em relação aos eventos.

DESAFIOS 

Brenda revela que, dentre tantas dificuldades, um dos seus maiores desafios é quebrar a barreira do preconceito, pois como qualquer esporte, o tiro envolve disciplina, calma, concentração e treino, e nada tem a ver com a violência de armas de fogo, como algumas pessoas confundem.

O outro grande desafio, é captar recursos para as despesas, sejam os custos de viagens para treino e provas, assim como os próprios equipamentos, que são, em sua maioria, importados.

A família Pereira procura ingressar no mercado de cafés de qualidade, inclusive para que essa renda colabore na missão de Brenda como atleta, mas esse também é outro desafio.

Sabemos do potencial do nosso café, mas nos deparamos com a dificuldade de ter acesso nas grandes cidades e conseguir vender um produto 100% puro, com nossa marca ainda pouco conhecida, concorrendo com outros cafés de preço baixo, mas que não valorizam a qualidade dos grãos, nem a história de suas origens” diz Brenda.

Para colaborar nessa empreitada, receberam apoio da EMATER com suporte técnico e do projeto Rota do Café do Brasil

CONCLUSÃO 

O Café da Brenda foi abraçado pelo projeto Café Delas, uma iniciativa social da mestre de torras Karla Lima, que tem como missão fomentar renda para mulheres através do café, e agora, também colaborar para o sonho olímpico de Brenda.

Café Delas by Karla Lima

Karla desenvolveu um perfil de torra para esse primeiro lote e conseguiu colaborações de parceiros com a embalagem e rotulagem, e o próximo passo é alavancar as vendas do café, para trazer os recursos para esse propósito.

Para contribuir, é possível adquirir o Café da Brenda pelo site clicando aquiOu você pode colaborar com o projeto Café Delas pela vaquinha eletrônica, contribuindo com qualquer valor.

Para saber mais sobre a história inspiradora da Brenda Pereira, acesse aqui e vamos juntos torcer por essa brilhante atleta do café!

Os métodos Pour Over são métodos percolativos gravitacionais, pois é necessário despejar a água sobre o café moído, para ainda passar por um filtro. No Brasil, talvez o termo Pour Over seja pouco conhecido, mas se usarmos a expressão: café coado ou café passado, talvez facilite a compreensão.

Neste artigo, vamos ampliar seu repertório de métodos de preparo de café com uma coletânea caprichada de diferentes métodos tipo Pour Over. Confira nos tópicos abaixo!

O QUE É PERCOLAÇÃO?

 

Pour Over e Percolação

Antes de apresentarmos a coletânea de métodos tipo Pour Over, é importante que você entenda o que significa percolação!

Percolação ou Lixiviação é  um termo bastante usado em geologia, trata-se da extração de componentes solúveis, passando solventes por materiais porosos. Por exemplo, quando nós preparamos um café, a água é o solvente que, ao passar pelo café moído (material poroso), extrai dele as substâncias solúveis, resultando na bebida que conhecemos. 

PERCOLAÇÃO X INFUSÃO

Portanto, a percolação acontece quando a água passa pelo café, pela ação da gravidade, (como nos casos de coadores como o V60) ou pela pressão, como nas máquinas de espresso ou na cafeteira italiana, extraindo seus compostos para a bebida final.

É diferente do método de infusão, em que o café fica imerso em água, para depois ser filtrado, como na prensa francesa ou Ibrik. 

A diferença na xícara, se traduz em uma bebida mais leve e limpa (principalmente se utilizado um filtro de papel), porém menos densa e encorpada em relação aos métodos de infusão.

1. BRASILEIROS

ARAM e ARAME

Aram Espresso Maker

A união de um mestre artesão, vencedor de vários prêmios de design e um engenheiro civil e barista foi a liga certa para a criação da linha da Aram Soul Craft, que produz artesanalmente, desde máquina para espresso até tamper de compactação.

A Aram é uma cafeteira portátil de design sedutor e anatômico, que, sem uso de eletricidade, permite extrair um café espresso.

Será necessário acrescentar água quente no compartimento superior e o café moído no porta-filtro. A pressão na extração, será controlada pela velocidade aplicada na manivela, e então, o resultado será um verdadeiro café espresso, extraído manualmente.

Coador Arame

O Arame é um suporte para acomodar filtro de papel em formato cônico para o preparo do café, feito em aço inox,  e portanto,  resistente e durável.  O contato das paredes com o filtro é mínimo, o que facilita a liberação dos gases, além de permitir a visualização do processo de extração pelas paredes externas.

COADORES DE MADEIRA DA WOOD SKULL

Coador de madeira Wood Skull, modelo duplo

A WoodSkull é uma empresa de design em madeira, que desenvolveu essa linha voltada ao café, além de outros acessórios , como drip station e canecas. Como todos os produtos Wood Skull, os coadores evidenciam a beleza da madeira, que confere sua personalidade no aroma da bebida produzida neles.

Coador Aster

O Coador de Café de Madeira Woodskull, tem espirais esculpidas em formato cônico, em um bloco maciço de Itaúba, madeira que foi escolhida por garantir que seu perfume passe para a bebida na medida exata.

Entorno

O modelo Astér é feito em Jatobá maciço, com hastes anguladas que lembram o movimento da água no processo de extração e fazem com que o filtro de papel tenha menos contato direto com a madeira. Os sulcos internos colaboram para uma rápida passagem da água.

O modelo Entorno é feito em Garapeira maciça e foi desenvolvido em parceria com a torrefação Moka ClubeA capacidade de todos é para o preparo de até duas xícaras, pois comportam o filtro cônico de papel tamanho 01.

COADORES DE CERÂMICA DA FELLINE

Coadores de Cerâmica da Felline

O casal de ceramistas da Felline desenvolveram peças utilitárias em cerâmica para o preparo de café, entre eles, dois modelos de coadores. Um, para preparo individual, em formato que acomoda filtro cônico como o V60, e outro, para preparar volumes maiores, com o fundo reto e diâmetro de saída menor, que acomoda filtro como o 102 da Melitta.  As laterais, em formato de dobradura tipo leque, além de conferir beleza ao método, favorecem a aerodinâmica da extração.

COADOR Z

Coador Z

O Taiwanês Tony Chen  após apaixonar-se por cafés, já residindo aqui no Brasil, desenvolveu depois de muitos testes com diversos baristas, um coador artesanal em cerâmica, com design minimalista, linhas retas e cores inspiradas na arquitetura contemporânea.

O coador Z possui formato cônico, com ranhuras internas para direção do fluxo da água, que se alternam entre linhas contínuas até o fundo ou até a metade do cone para um equilíbrio na retenção do fluxo durante a extração.

CONE COFFEE

Cone Coffee

Com a ideia da afetividade sugerida pelo coador de pano, mas com a praticidade do filtro de papel descartável, um engenheiro e uma barista, fabricantes de suportes para coadores, desenvolveram um suporte para o filtro de papel.

No Cone Coffee, o filtro de papel fica preso apenas na parte de cima por um anel de metal, com a mínima interferência do suporte durante a extração. Comercializado exclusivamente pela Flavors, é disponível apenas no tamanho 01, portanto para o preparo de até 240 ml.

KOAR

Em março de 2017, em Pernambuco, um publicitário, uma barista e um engenheiro mecatrônico desenvolveram o KoarO design desse método cônico apresenta 16 sulcos em forma de ondas com uma profundidade que permite que o filtro de papel não fique aderido às paredes do porta-filtro. Isso cria um espaço que possibilita um fluxo de ar, de forma a favorecer maior velocidade à extração do café. 

métodos tipo pour over
Koar. Porcelana, Acrílico, Inox com válvula e Cerâmica

Com uma angulação de 55°, possui um único furo central (de 15mm) para reter a saída, resultando em um equilíbrio da passagem da água, proporcionando assim, extrair um café com o sensorial almejado pelos idealizadores: café doce e encorpado.

Em 2021, o Koar foi Certificado pela BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) como método de extração de cafés especiais e, não é à toa, que muitos baristas o escolheram para competições de barismo, incluindo a Copa Koar. É disponível em 4 tipos de materiais : cerâmica vitrificada (artesanal e pintado à mão), acrílico, porcelana e metal (aço inox), esse último possui uma válvula de retenção, tornando-o um híbrido entre infusão e percolação. 


LEIA TAMBÉM: A HISTÓRIA DO MÉTODO KOAR


2. ALEMÃES

CHEMEX

método Chemex
Chemex para 6 xícaras

Patenteada em 1939 pelo químico alemão Peter Schlumbohm e lançada em 1941, a Chemex tem esse visual de equipamento de laboratório, não é por menos. Em vidro borossilicato e um design que lembra uma ampulheta e colar de madeira de seringueiras da Malásia, foi criada com o objetivo de reduzir o amargor da bebida.

Isso se dá ao seu filtro próprio, um papel grosso, que ao ser dobrado, um dos lados fica com com três camadas de papel. O papel fica totalmente aderido às paredes do método e por essas condições, o fluxo da passagem de líquido é lento, e portanto, sugere moagens mais grossas. 

Perfeita para quem valoriza cafés delicados e bebida limpa, a Chemex ganhou inúmeros prêmios por seu design, e é encontrada em museus do mundo todo, incluindo o Museu de Arte Moderna de Nova York. Disponível em 2 tamanhos, para 3 e 6 xícaras.

MELITTA

Melitta Acrílico 1/2 e Porcelana N4

Em 1908, na Alemanha, a Sra Amalie Auguste Melitta Bentz, incomodada com os resíduos de café gerados pelo coador de pano, improvisou um coador, perfurando o fundo de uma caneca de latão com martelo e pregos. Recortou um pedaço de papel mata-borrão (um tipo de papel muito absorvente) e encaixou-o no fundo do aparato.

Preparou, enfim, um café sem resíduos e mais agradável, criando o primeiro sistema de coador com filtro descartável. Obteve sua patente registrada em 08 de julho de 1908, mudando a história do preparo e consumo do café para  sempre. 

Atualmente, existem diversos tipos de porta-filtros Melitta, em diferentes materiais e tamanhos, com ranhuras e tamanhos de furos de saídas diferentes também. O ideal é utilizar o tamanho adequado à necessidade de volume para melhor performance do aparelho.

De forma geral, a sua saída pequena resulta em um tempo de extração mais lento, mas é possível trabalhar todas as demais variáveis para balancear a extração, como granulometria, despejos, e proporção.

WALKURE BAYREUTH

WALKURE BAYREUTH

A Walkure é uma fábrica de porcelana alemã, que projetou uma cafeteira totalmente em porcelana, incluindo seu sistema de filtragem em duas peneiras, que dispensa o uso de papel. Seu design favorece tanto o preparo, quanto para servir o café, em utensílios que se encaixam e se sobrepõem. Na parte de cima, um acessório é usado para distribuir a água de maneira uniforme sobre o café moído. O ideal é utilizar moagem média a grossa nesse método.


SAIBA MAIS : CHEMEX A ARTE EM FORMA DE MÉTODO


3. ESTADUNIDENSE

AEROPRESS

Criada pelo americano Alam Adler em 2005, a Aeropress Coffee Maker teve como objetivo, preparar um café de forma prática. Feita em material plástico livre de BPA, é muito versátil. Combina percolação e infusão e o resultado da bebida é limpo, uma vez que os resíduos ficam retidos no filtro de papel da base. No entanto, o café é mais encorpado, pois a pressão aplicada no pistão, empurra os óleos essenciais da extração, para além do filtro.

Método pour over aeropress
Aeropress Coffee maker

Originalmente, foi pensada para ser usada com sua base do filtro virada para baixo, para o café ser acomodado sobre o filtro de papel, e assim a água ser despejada. 

Dessa forma inicia a extração por percolação, depois de um tempo determinado, é colocado o êmbolo para pressionar e finalizar a extração. No entanto, a criatividade dos usuários logo entendeu a possibilidade de outra forma de uso: o modo invertido, onde o café fica em infusão, para depois ser virado e pressionado.

Apaixonados pelo método organizaram a competição de preparo de café na Aeropress, que atualmente, acontece a nível mundial, a World Aeropress Championship.

4. JAPONESES

KONO MEIMON

método Kono Meimon
Kono Meimon

A Kono Coffee Siphon Company lançou em 1973 o porta-filtro Kono Meimon, considerado o primeiro método cônico sem a base achatada (como o Melitta ou Kalita). O furo de saída é bem largo, e dispõe de 12 ranhuras laterais, na metade inferior do coador. Foi o método que inspirou o famoso V60.

KALITA 

método Kalita Wave
Kalita de Inox e Filtro Wave

A Kalita Co. é uma empresa familiar japonesa, que fabrica equipamentos de café desde a década de 50.  O diferencial desse porta-filtro é sua base achatada e três furos pequenos, que promovem uma retenção do fluxo por mais tempo e a cama do café mais uniforme. Isso colabora para perfis sensoriais mais doces e encorpados.

O filtro de papel ondulado do modelo Kalita Wave cria a aerodinâmica ideal para equilibrar o fluxo e trazer mais consistência na extração.

Disponível também em outro modelo, trapezoidal, com 3 furos alinhados, bem similar ao Melitta. Disponível em materiais como vidro e inox e acrílico e cerâmica.

V60 

Lançado em 2004 pela empresa japonesa Hario, que desde 1920 fabrica produtos em vidro para laboratório, é a mesma fabricante do método Syphon (conhecido como Globinho) e outros acessórios para chá e café. 

Método V60
V60 by Tetsu Kasuya

Em formato cônico e com ranhuras internas em espirais, o termo V60 é uma referência à sua angulação, que forma um vértice de 60 graus. O diâmetro de saída permite maior velocidade e é possível controlar diversas variáveis para a extração, sendo um método muito versátil para diferentes perfis de bebida e, por isso, é um muito apreciado entre baristas e coffee-lovers.

Primeiramente, foi fabricado em cerâmica e vidro, depois em plástico e metal, tendo duas versões especiais mais populares: uma de cobre e outra com base de madeira de oliveira.

O japonês Tetsu Kasuya, barista campeão mundial de brewers de 2016, assina um dos modelos do V60, desenvolvido especialmente para a técnica de extração desenvolvida por ele, com diferenciação nas ranhuras internas.

ORIGAMI DRIPPER 

Origami Dripper

Criado em Nagoya, no Japão, o Origami Dripper foi idealizado pela Trunk Coffee, feito em Mino Ware,  uma das cerâmicas mais prestigiadas do Japão, com mais de 400 anos de história.

O porta-filtro lembra mesmo o que seu nome sugere: Origami, um papel delicadamente dobrado.

Ele é cônico, com 20 canais verticais, que criam fluxo de ar para manter o gotejamento sem obstruções, o que lhe dá grande controle sobre a velocidade de extração. Disponível em diversas cores, pode ser usado com filtro de papel cônico como o do V60, mas também acomoda perfeitamente o filtro Kalita Wave, o que trará nova experiência para a bebida.

BONMAC

método Bonmac
Bonmac

Foi elaborado pela equipe de pesquisa e desenvolvimento da empresa japonesa,  Lucky Coffee Machine Co.  Tem formato de cunha com o fundo reto, muito similar ao Melitta. Promete ser um bom método para os coffee geeks iniciantes, pois,  mesmo sem o uso de uma chaleira de bico com controle de fluxo, promete uma extração equilibrada.

É de porcelana, com furo pequeno de saída e ranhuras apenas no final do corpo do porta-filtro. Possibilita uma bebida mais doce e encorpada.  A partir do primeiro modelo , desenvolveram sua versão mais profissional, chamada Pro Cone, com dois furos de saída e ranhuras por toda a extensão das laterais

5. OUTROS PAÍSES ORIENTAIS

HSIAO 50º DRIPPER

método HSIAO 50º
HSIAO 50º

Fabricado pela HSIAO Coffee, o método em porcelana tem ângulo de 50º, sem ranhuras internas e uma leve inclinação na borda que favorece maior ergonomia nos despejos. Vem com um molde para dobrar adequadamente os filtros cônicos do tamanho do V60 para o encaixe perfeito no HSIAO 50º.

Segundo seu designer, foi projetado para elevar a taxa de extração e ressaltar as características próprias dos cafés, como as notas florais e frutadas.

CLEVER DRIPPER

método pour over Clever Dripper
Clever Dripper

De Taiwan, Clever Dripper é um método versátil (clever = esperto), fabricado em acrílico, que possui um sistema de fechamento da saída do coador (trava “shutt off”).

Ao apoiar sua base sobre a borda de uma jarra ou xícara, esse sistema permite o escoamento do líquido filtrado. Dessa forma, agrupa os dois métodos de preparo: percolação e infusão, possibilitando criar diversas receitas, com inúmeras combinações entre elas, para diferentes resultados de bebida.

O formato é trapezoidal e seu filtro próprio é similar ao da Melitta. Disponíveis em 2 tamanhos, 300 e 500 ml, acompanha acessórios como tampa e base anti respingo.

DECEMBER DRIPPER 

método December Dripper
December Dripper

É um porta-filtro de origem coreana, feito em aço inox, com um colar de borracha para a proteção das mãos.  É similar ao Kalita, cônico e de fundo chato, inclusive o filtro recomendado é o Kalita Wave.

O diferencial do December é sua base giratória, que permite ajustar a abertura dos furos de saída, regulando-os para manter fechado, ou abrir 4, 8, ou 12 furos. Dessa maneira, controla-se o fluxo de extração e na posição fechada, funciona como infusão, da mesma forma que a Clever ou Gina, com suas válvulas fechadas. Essa regulagem é possível durante a extração, inclusive, possibilitando estágios diferentes de fluxos em uma mesma receita.

PHIN VIETNAMITA

Método de café Phin Vietnamita
Phin Vietnamita

Um aparelho popular e de custo baixo, parecendo uma xícara ou uma pequena panela, feito em inox ou alumínio, e pode ser apoiado diretamente sobre a xícara. Composto por uma câmara de fundo chato e cheio de furos pequenos, uma prensa com uma alça, e a tampa. Serve apenas uma dose e não requer filtro de papel, portanto, é importante considerar a moagem correta. 

Originalmente, é usado com moagens bem finas, e o tempo de escoamento pode durar até 5 minutos. O resultado de bebida é encorpado, pela presença de óleos essenciais e alguns fines.

No popular drink de café vietnamita, usa-se leite condensado, e pode ser servido quente ou com gelo. O costume é utilizar café robusta e torras escuras, e provavelmente o uso do leite entrou para reduzir o amargor. Como o leite condensado é de fácil armazenamento, transporte e conservação em relação ao leite fresco, o drink se popularizou assim.

6. OUTROS PAÍSES EUROPEUS

GINA

Método de café Gina Smart
Gina Smart Dripper

Criado pela GOAT Story na Eslovênia, Gina é o método inteligente ou high tech no preparo de Café. 

Em formato cônico e um design futurista, possui uma válvula em sua base, permitindo três tipos de operação: com a válvula aberta, percolação; com a válvula fechada, infusão. E regulando a abertura desejada, pode funcionar como um sistema de gotejamento a frio. 

Sua versão smart possui um dispositivo eletrônico que funciona por bluetooth, através de um aplicativo conectado ao celular ou tablet. Por esse sistema é possível registrar a receita, tempos, quantidades e compartilhar com a comunidade Gina os seus resultados e também replicar outras receitas.


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ALTO AIR

Alto Air Dripper

O suporte Alto Air é feito de metal e compatível com filtros em forma de cone. Foi projetado para o menor contato do coador com o filtro de papel, minimizando entupimentos e favorecendo resultados de extrações mais consistentes.

É mais um exemplo que alia estética, design e funcionalidade.  E esses foram os objetivos de seus criadores, da fábrica Bairro Alto, que se inspiraram a desenvolver esse porta-filtro em uma viagem a Lisboa, Portugal, especificamente ao bairro do mesmo nome.

Em suas versões, diferenciam-se nos materiais empregados. Alto Air Dripper  e o Mini Dripper em aço inoxidável e o Alto Air Copper em alumínio, revestido de cobre.

CAFETEIRA BODUM POUR OVER

Cafeteira Bodum Pour Over
Bodum Pour Over

Fabricado pela Bodum, na Suíça, famosa nos utensílios para café e chá, é um sistema para o preparo de café, com filtro permanente, de plástico com tela de aço inoxidável.

Com essa característica, traz o apelo mais sustentável, já que não utiliza filtro de papel, favorecendo uma bebida mais rica em óleos essenciais.  

Em dois modelos, um em conjunto com jarra de borossilicato adornada de um colar para proteção das mãos e outro, formado por um porta-filtro de acrílico e caneca.

EVA SOLO POUR OVER

Método Pour Over Eva Solo
Pour Over Eva Solo

Eva Solo é uma empresa de design dinamarquesa que tem outro sistema para preparo de café por infusão. Mas aqui, vamos apresentar o seu sistema Pour Over

Dotado de uma jarra de serviço com alça e bico, uma chapa de alumínio cônica que é o próprio filtro e uma tampa de rolha de cortiça, para manter a temperatura e aromas do café pronto. Sustentável, traz um café mais encorpado e linhas elegantes.

7. MÚLTIPLAS NACIONALIDADES

COADOR DE PANO / NEL DRIP

coador de pano
Nel Drip Hario

O uso de pano é o mais antigo dos processos de filtragem do café, não há registros de onde surgiu exatamente, acredita-se que por volta do final do século 18, início do século 19. Primeiramente, usados tecidos como o linho, e depois as flanelas de algodão, em diversas tramas.

Esse métofo foi criado em uma época onde a qualidade do café era pouco explorada, a ideia foi produzir uma bebida com menos presença do pó, deixando-a mais agradável ao paladar. 

O filtro de pano retém menos os óleos essenciais do café e permite um fluxo mais rápido, quando comparado aos filtros de papel, por isso, usar moagens mais finas é um bom recurso para equilibrar a extração. 

A empresa Hario, do Japão, desenvolveu o modelo Nel Drip, trazendo uma jarra com design mais elegante ao popular coador de pano. Lembrando que os coadores de pano exigem maiores cuidados com a higiene, armazenamento adequado (sob refrigeração) para evitar a proliferação de microrganismos como fungos e bactérias.

COADOR DE INOX POUR OVER

Coador pour over
Coador de Inox pour over

Com o apelo de ser mais sustentável, feito em aço inox, portanto bastante durável, dispensa o uso de filtro de papel. Em formato cônico, os filtros de metal possuem buracos com diâmetro aproximado de 50 micrômetros (quase três vezes maior que os poros dos filtros de papel), por isso é comum a passagem do micro pó para a bebida, além de maior presença dos óleos essenciais também.

Uma das marcas famosas a fabricar esse modelo é a Bialetti, criadora da cafeteira italiana Moka.

COLLAPSIBLE COFFEE DRIPPER OU COADORES DOBRÁVEIS

Brass Collapsible Adaptável a qualquer formato de filtro

Para facilitar a vida de quem não abre mão de levar seu próprio  sistema de preparo de café por onde for, existem diversos modelos portáteis e dobráveis.

Chapa de metal, Foto de Kevin Kelly

Em diversos materiais e formatos, o mais versátil é o Brass Collapsible Coffee Driper, que é adaptável a filtros de papel diferentes como o V60, Kalita Wave ou Melitta.

CONCLUSÃO

Como vimos, são diversos modelos e cada qual com suas características e capacidades de nos proporcionarem bebidas diferenciadas, possibilitando que, desde o consumidor até os baristas mais experientes, possam explorar cada um deles.

A influência do design, materiais, angulações, diâmetro de saída e principalmente as paredes ou ranhuras que irão facultar aderência do filtro de papel em diferentes níveis em cada um deles é o que tornarão o desempenho de cada utensílio desse, único e desafiador.

Independentemente do utensílio que você prefira para preparar seu café, o que eu recomendo é que você adquira cafés de boa qualidade, de preferência em grãos, para que você possa moer na hora do preparo. Dessa forma, preservará toda a experiência aromática para sua xícara.

E lembrando que em cada coador, caso sejam alterados quaisquer parâmetros do seu jeito de fazer café, como a granulometria, temperatura da água ou a maneira como se despeja água sobre o café moído, você terá oportunidades diferentes de produzir perfis de sabores com o mesmo café. 

Neste artigo, eu trouxe apenas alguns dos exemplares de modelos pour over gravitacionais, mas ainda existem inúmeros outros, de diversos desenhos e tipos de preparo.

Diante disso, e imaginando a infinidade de tipos de grãos e processamentos dos cafés, dos diversos tipos de regiões diferentes de onde são produzidos e beneficiados, mais ainda as diferentes torras que vão conferir complexidades distintas aos grãos, eu te garanto que o preparo de cafés é um universo de infinitas possibilidades. Vamos aproveitá-las? 

Agora que você conhece a coletânea de métodos Pour Over, não deixe de compartilhar esse conteúdo com seus amigos!

Em uma gôndola de supermercado ou em uma loja virtual, o que o consumidor deve considerar para escolher seu café pela embalagem? 

Com a chamada terceira onda de consumo, o café deixou de ser algo generalizado. O mercado de cafés de qualidade vêm se esforçando para educar cada vez mais o consumidor, sobre as diversas origens, variedades e características que resultam em infinitas particularidades de sabores, aromas e experiências que o café pode proporcionar.

São informações que traçam um caminho para o entendimento da qualidade do produto e sua singularidade.

Similarmente ao contexto dos queijos, vinhos e chocolates na gastronomia, as características dos cafés têm sido valorizadas nos rótulos.

De um lado, estão os produtores e torrefações, querendo contar cada detalhe sobre seu valioso produto, cafés de origem, que foram cuidadosamente processados para oferecer o melhor aos seus clientes, cafés que têm identidade. Do outro lado, estão consumidores, com diversos níveis de entendimento sobre o que essas informações representam na bebida que irão consumir.

Mas, como um consumidor que não está acostumado a essas informações, pode interpretar esse tipo de mensagem? Saiba como traduzi-las neste artigo. Continue a leitura para descobrir!

Classificação

Indica a qualidade sensorial e percentual de grãos defeituosos ou de impurezas. As mais comuns encontradas nos cafés comerciais, são determinadas por padrões estabelecidos pela ABIC e SCA (Specialty Coffee Association) , essa última no caso dos cafés especiais). As categorias são: 

Extra-forte e Tradicional : de custo menor, maior percentual de defeitos e qualidade de bebida de menor pontuação, os extrafortes se diferenciam pela torra mais acentuada.

Superior: seria o nível intermediário, mas ainda permite a presença de defeitos, a torra é escura.

Gourmet: na classificação ABIC é a qualidade máxima, com torra menos escura e a qualidade sensorial da bebida melhor avaliada.

 Especiais: respeitam a classificação SCA, que pontua em uma escala de 0 a 100, e somente os acima de 80 pontos são considerados especiais. Algumas marcas indicam qual foi a pontuação obtida. Se comparados à classificação da ABIC, podemos dizer que os especiais são o topo da pirâmide na qualidade dos cafés, já que não são permitidos defeitos nessa categoria.

Data da torra

Quanto mais recente a torra, mais fresco o café, condição que pode trazer boas experiências ao consumidor. É importante dizer que café não é como vinho, cafés velhos perdem qualidade. Apesar disso, a torra recente não é fator determinante do melhor sensorial que o café pode oferecer.

Mesmo que não seja comum, alguns cafés têm seu pico de qualidade de sabores com prazos maiores que 30 dias.

Moído ou em grãos

Algumas torrefações e cafeterias oferecem a opção do café moído, o que facilita a vida do consumidor que não tem um moedor à disposição. Mas o processo de moagem acelera a oxidação do café e se perde um pouco dos aromas.

Sem dúvida, o café especial, mesmo que moído, será livre de defeitos, condição que não é garantida nas demais classificações. Mas ao adquirir café em grãos e moê-los na hora do preparo, o consumidor terá uma melhor experiência, e para isso pode contar com moedores domésticos.

embalagem de café

Nível de torra

Não existe um padrão para definir a intensidade da torra do grão, com exatidão, sendo o mais comum graduá-las como torra clara, média ou escura.

Existem muitas variações entre as colorações de torra e o sensorial que conferem é relativo. Mas, de uma maneira geral, as torras claras apresentam cafés mais delicados e suaves, a acidez é uma característica comum. As torras médias são as que trazem maior equilíbrio de acidez, doçura, amargor e corpo. As torras mais escuras tendem a contribuir para bebidas com amargor e corpo mais pronunciados.


CONFIRA: RÓTULOS NOS CAFÉS ESPECIAIS, O QUE É PRECISO INFORMAR?


Espécie

As mais comerciais são Arábica e Canephora, que diferenciam-se em algumas características sensoriais e níveis de cafeína, mas ambas produzem cafés de qualidade. O que determina a qualidade do café é seu processamento e seleção dos melhores grãos nas diversas etapas e não somente a sua espécie.

Variedade

Dentre as espécies acima, existem inúmeras variedades. Dos Canéphoras, as mais comuns são Conilon e Robusta. Dos Arábicas, são várias, como Bourbon, Mundo Novo, Catuaí, Acaiá, Obatã, Pacamara, Laurina, Maragogipe, e muitas outras. 

Indicam sensoriais e níveis de cafeína diferentes entre si. No entanto, o terroir (região, clima, solo, altitude) e processamento também influenciam na característica do sabor. Ainda assim, algumas variedades são reconhecidas por suas peculiaridades, como por exemplo, o Geisha que costuma trazer notas florais.

Terroir de café
Terroir influencia no sabor do café

Peneira

É a medida do tamanho dos grãos dos cafés, quanto maior o número da peneira, maior o grão. Já foi um dado mais valorizado nos rótulos, hoje não vemos com tanta frequência. A separação dos grãos em peneiras de diferentes tamanhos é importante para padronização e para que a torra seja uniforme. Os grãos de peneiras superiores tendem a ser mais complexos, mas também é um fator relativo, já que grãos menores podem ser muito ricos.

Região

O Brasil tem 32 regiões produtoras de café. A região está relacionada ao terroir, o conjunto formado por clima, relevo, altitude, solo, que interferem diretamente nas características dos cafés.

Sendo assim, a dica é experimentar cafés de diferentes regiões para ver qual costuma lhe agradar mais. Algumas dessas regiões possuem a Indicação Geográfica (Denominação de origem ou Indicação de Procedência), que atestam que os produtos daquela região são reconhecidos por suas características exclusivas.

Altitude

Está dentro do conjunto do terroir, porém faz parte de uma mesma região. Podem ser encontradas diferentes altitudes no relevo. Quanto maior a altitude, maior a densidade e complexidade do grão, pois o processo de maturação do fruto acontece em um período mais longo, se comparado aos produzidos em baixas altitudes.

Produtor

O mercado de cafés especiais tem como suas bases, a rastreabilidade, ou seja, conhecer a procedência de onde são produzidos os cafés, e principalmente, valorizar os pequenos produtores. Observe se os cafeicultores são mencionados pelas marcas. As pessoas por trás do seu café contam sua trajetória, seja por tradição familiar, projetos que inspiram, ou premiações de qualidade.

Mestre de torra

Algumas marcas destacam o mestre de torra em suas embalagens, sendo uma etapa muito importante para a qualidade do café. Existem também competições que premiam esses profissionais e também as torrefações.

A qualidade do café está relacionada à matéria-prima em si, afinal, a torra não é capaz de conferir atributos os quais o café não tenha. No entanto, é uma fase transformadora e crucial para ressaltar os predicados dos grãos. No Brasil, temos mestres de torra consagrados, que contribuem muito no desenvolvimento do café especial.

torra de café
Torra de café

Perfil sensorial

Os cafés são únicos, mesmo que sejam da mesma variedade e origem, modificam-se a cada safra e a cada perfil de torra. Para orientar o consumidor sobre o que ele pode esperar perceber na bebida, as marcas trazem os aspectos sensoriais como os níveis de doçura, acidez, amargor, corpo e finalização (aftertaste).

Alguns orientam sobre as notas sensoriais, os aromas que podem ser encontrados, como frutados, chocolate, florais, especiarias, etc.

Lembrando sempre que, as impressões sobre aroma e sabor dos cafés dependem muito do tempo de vida do grão, do método de preparo, da receita, e da percepção sensorial individual do consumidor.


LEIA TAMBÉM: COMO DESENVOLVER ANÁLISE SENSORIAL PARA O CAFÉ


Origem única/Blend

Origem única significa que naquele pacote, os grãos são da mesma fazenda produtora e mesma varietal, e como não foi misturado a nenhum outro café, é possível identificar suas especificidades. Blends, literalmente traduzido do inglês, são misturas, de dois ou mais grãos já torrados, com o intuito de equilibrar ou conferir uma melhor harmonia sensorial. Podem ser grãos de diferentes regiões, varietais, ou processamentos diferentes.

Microlote

São pequenos lotes de café de origem única (no máximo 30 sacas), que se destacam sensorialmente comparados a outros grãos cultivados pelo mesmo cafeicultor.

O desenvolvimento de um talhão ou de uma pequena área dentro da propriedade, assim como um outro processamento no pós colheita, pode colaborar para essa diferenciação.

Naturalmente, sua qualidade superior traz perfis mais exóticos para a bebida e como são produzidos em pouca quantidade, seriam como uma “edição limitada” daquele café excepcional. Nanolotes seriam lotes ainda menores, até uma saca (60 kg).

embalagem de café

Processamento 

Natural, lavado, CD, honey, fermentado, o que é isso?

O processamento de pós colheita que o café passa interfere diretamente no resultado que ele apresenta. Alguns produtores, destinam o mesmo grão para processos diferenciados, oferecendo aos consumidores a oportunidade de verificar essas alterações na bebida. Na via seca, ou natural, o café é seco inteiro, com casca. Na via úmida, têm a casca e mucilagem retiradas, são os chamados cereja descascado (CD), lavado, honey.

Os chamados honey, são os que permanecem com parte da mucilagem aderida às sementes, durante a seca. Nestes, conforme o percentual de mucilagem presente, apresentarão cores diferenciadas nos grãos crus, por isso existem as categorias de honey : black, red ou yellow.

Os fermentados, como o próprio nome diz, passam por processos controlados de fermentação induzida, por meio de microorganismos, que podem beneficiar ainda mais o grão, ou lhe conferir outras características. Cada um desses tipos de processamentos, alteram quimicamente e modificam a estrutura celular dos grãos, de formas distintas.

Selos e premiações

Para ter direito aos uso de selos nas embalagens, a produção do café ou a marca precisam estar de acordo com os programas das certificações, como os selos Orgânico, Rain Forest Alliance, selos de materiais recicláveis, entre outros.

Da mesma forma, as premiações e indicações geográficas qualificam ainda mais o café. Para ter o direito ao uso dos selos de Denominação de Origem e Indicação de Procedência, não basta que a fazenda produtora esteja localizada na região. É preciso estar dentro dos padrões de qualidade nos quais a indicação geográfica se destaca. Portanto, os selos são símbolos que revelam valores do produto ou da marca.

Cerrado Mineiro – Créditos: Indicação geográfica

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Material da embalagem

A embalagem também comunica sobre o produto, por meio do material empregado, design e cores. A função primária da embalagem é proteger e prolongar a vida útil do alimento. Portanto é importante que sejam produzidas a partir de materiais que permitam essa condição, protegendo seus grãos da ação do oxigênio e da luz. 

Podem conter dispositivos utilitários como a válvula desgaseificadora, que permite a saída dos gases liberados no pós-torra. Algumas marcas procuram trazer funcionalidade à embalagem, como fecho apropriado, latas reutilizáveis e também colecionáveis.

Todas essas informações são imprescindíveis em uma embalagem de café?  Não, mas é preciso que a linguagem e o tipo de informação estejam claras e adequadas ao público alvo. No entanto, é vital que sigam os parâmetros das legislações de rotulagem, evitando comunicação que possa induzir o consumidor ao engano ou confusão.

O que os produtores e torrefações devem refletir é que o consumidor tende a levar seu olhar para informações claras e objetivas e que a comunicação se dá muito além do texto no rótulo. E o consumidor, consciente das informações claras, poderá exercer seu direito de escolha com mais segurança.

Como apresentado, a escolha de um café pode ser feita a partir de diferentes informações, desde a classificação do grão no rótulo até o design da embalagem.

Está pronto para sua próxima compra cafeinada?

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E se o empreendedorismo te levasse a abrir um negócio fora dos padrões, que somasse duas paixões, como café e bike, uma cafeteria fora da caixa, mas dentro dos seus propósitos?

Quando você pensa em uma cafeteria, podem vir à sua mente vários modelos e conceitos de serviços diferenciados. Desde as mais sofisticadas, com ambientes confortáveis, coworking ou até mesmo o conceito “to go”, sem mesas para receber os clientes.

Mas, se inovação é a palavra de ordem, uma cafeteria “fora da caixa” pode ser um negócio alinhado a muitos propósitos, que podem atender aos anseios de um nicho de mercado e ao sonho de um empreendedor.

coffee bike
Café e Bike. Imagem de Unsplash

COFFEE BIKE

Não é novidade que café e ciclismo criam um lifestyle que muitas vezes andam (ou pedalam) juntos. Muitas cafeterias surgiram nessa temática e vêm conquistando cada vez mais clientes. Algumas agregam ao negócio a venda de peças, acessórios, equipamentos, serviço de manutenção às bikes, acolhendo praticantes do esporte e outros consumidores também.

O café especial avança nessa comunidade, por ser um produto selecionado e trazer mais qualidade, e portanto, mais saúde aos seus consumidores, que muitas vezes já priorizam a alimentação saudável.

bike food
Conceito de bike food vem do food truck. Imagem de Unsplash

O conceito food bike é um derivado do food truck, ou seja, um modelo de negócio de comida de rua em um veículo adaptado para esse fim, criando, assim, mobilidade e oportunidade para atender eventos, feiras, shows, etc. Pode até mesmo estar instalado em locais fixos (food parks), como uma opção diferente de praça de alimentação ou qualquer outro local onde haja demanda.

Requer investimento menor em relação à lojas físicas e pode ser o primeiro passo para muitos empreendedores.

Existem legislações específicas para esse comércio, e além de um bom plano de negócios para o retorno do investimento, exige concessão da prefeitura para trabalhar em locais públicos, como ruas e avenidas, e da vigilância sanitária para manusear alimentos.


VEJA: VOCÊ SABE PARA QUE SERVE A CAFEÍNA?


COMO SURGIU A IDEIA?

cafeteria na bicicleta
Coffee Run Bike. Créditos: David Lucena

O executivo de negócios, Oséias Matoso, natural de Santa Catarina, há 15 anos em São Paulo, vislumbrou nesse modelo de cafeteria, uma maneira de empreender, aliando duas de suas paixões: o pedal e cafés especiais. 

Atuando em uma multinacional de tecnologia e informação jurídica, tornou-se praticante do ciclismo, no entanto, quase não consumia café na ocasião. Foi apresentado ao café especial por um amigo em uma cafeteria de São Paulo e sentiu-se arrebatado por esse universo, por sua extensa variedade de grãos e métodos de preparo.

Procurou aprofundar-se no assunto, estudou e provou muitos cafés, buscando saber mais sobre toda a ciência que o compreende, desde o fruto, a torra, até a xícara.

Servir café especial em food bikes (ou coffee bikes) já era comum. No entanto, para que seu negócio tivesse sua identidade, Oséias criou a Coffee Run Bike, agregando seus valores pessoais às novas oportunidades de negócio.

A CAFETERIA

Localizada na Ciclovia da Marginal Pinheiros, em São Paulo, atende desde ciclistas de alta performance, usuários da ciclovia que utilizam a bicicleta como mobilidade urbana, até às famílias que passeiam de bicicleta pela ciclovia, aos finais de semana. 

Ele próprio faz a curadoria dos grãos em torrefações parceiras, reconhecendo os pequenos produtores que possuem os mesmos valores de sustentabilidade. 

Cafés apresentados por Oséias Matoso
Oséias Matoso, da Coffee Run Bike

Os cafés são servidos em métodos filtrados de preparo e também em drinks, com sua receita exclusiva de cold brew (café extraído a frio, servido gelado), puro ou com tônica.

A qualidade do café é o foco principal, por isso, a coffee bike dá a mesma importância para a água do preparo, utilizando filtros específicos instalados no próprio equipamento. Os clientes são atendidos por profissionais baristas, que oferecem opções de grãos diferenciados em métodos como V60 e Aeropress.


LEIA TAMBÉM: CAFÉ SENSÍVEL: UM ESTADO DE PRESENÇA


ALÉM DO CAFÉ

Para proporcionar mais experiências para seus clientes, também vende café em grãos, com sua marca própria nas embalagens, assim como o cold brew, produzido e engarrafado por ele, em duas versões (puro e com baunilha e rooibos, que funciona como um isotônico natural).

A Coffee Run Bike funciona como um verdadeiro pit stop, aquela pausa rápida e providencial para quem se exercita na ciclovia. Pensando nisso, o empreendedor buscou agregar snacks saudáveis, como brownies fit, gelato vegano, e outros, que seguem a mesma linha conceitual, além de acessórios com sua marca própria, que incrementam o faturamento e ajudam na divulgação da marca.

ciclistas bebendo café na Marginal Pinheiros
Ciclovia da Marginal Pinheiros – SP

DESAFIOS

A inauguração das atividades ocorreu em agosto de 2020, em meio à pandemia do covid-19, com todas as regras de restrição e distanciamento social.

Segundo Oséias, a principal dificuldade desse empreendimento, além da burocracia inerente a qualquer negócio, é driblar as condições climáticas, pois está localizado ao ar livre, sob a marquise de uma ponte. Quando chove, além de ficar sujeito à ação do vento, seu público diminui e essa é uma variável imprevisível.

Nestas ocasiões, focamos na entrega de pacotes de cafés e cold brew para os clientes tomarem antes, durante ou depois do seu treino indoor, mas já estamos planejando outra estrutura” (Oséias Matoso)

VISÃO E VALORES

Oséias busca apresentar o café de qualidade de forma educativa, sensibilizando e criando consciência sobre as diferenças entre cafés em seus consumidores, e para isso, procura estar alinhado ao perfil e à necessidade deles. Compreende que a comunicação é fundamental para estabelecer essa conexão com seu público.

Nota-se a preocupação com a sustentabilidade, pelo uso de copos biodegradáveis, opções de filtros de metal no preparo dos cafés (dispensando os filtros de papel), além da coleta de lixo seletiva. Oséias apoia a mobilidade urbana sustentável pelo exemplo, locomovendo-se de bicicleta pela cidade, diariamente, no trajeto de sua casa ao trabalho.

A Coffee Run Bike proporciona ações solidárias, como nas ocasiões em que oferece cafés para os trabalhadores da ciclovia, como os garis e os que fazem a limpeza do Rio Pinheiros.  Também apoia causas sociais, um de seus colaboradores veio do projeto Fazedores de Café, um programa que realiza capacitação gratuita para baristas. 

Créditos: David Lucena

A Coffee Run Bike procura oferecer produtos feitos por microempreendedores usuários da ciclovia, que usam a bike como mobilidade urbana, treino ou lazer, fortalecendo uma rede de apoio mútua, diz o empreendedor.

Nestes posicionamentos, a cafeteria sobre rodas de Oséias está aliada aos ideais da empresa administradora da ciclovia, que visa melhoria urbana, contando com empresas que desejam gerar benfeitorias para a população e para cidade no geral.

A maior riqueza que se pode ter são as pessoas, então é nossa obrigação ajudar aos que estão começando a empreender” (Michel Farah, fundador da Farah Service, administradora da ciclovia)

Para o futuro, Oséias busca crescimento. Para isso, está organizando uma estrutura que lhe possibilite uma operação melhor, já planeja expandir para outros pontos, bem como atender eventos.

E se podemos dizer que o café nos permite infinitas possibilidades, certamente uma coffee bike de cafés especiais, direcionada pelos valores de seu idealizador, é mais uma delas.


SAIBA MAIS: CAFETERIA MÓVEL, CONHEÇA OS PRÓS E OS CONTRAS


Abaixo, alguns referências importantes para quem pensa em empreender em coffee bike:

Anvisa -RDC 49 – Boas Práticas para MEI 

Sebrae – Como montar uma food bike 

Dicas para Microempreendedor Individual de Food Bike

Além de apreciar os deliciosos aromas e sabores do café, você sabe para que serve a cafeína?

A história do café nos traz a lenda do pastor Kaldi, como o primeiro a cientificar o efeito da cafeína no organismo. Segundo a lenda, o pastor observou seu rebanho consumindo alguns frutos de um arbusto, e em seguida, percebeu uma certa euforia em suas cabras. 

Levou o tal fruto para um monge, que o preparou em infusão e bebeu. Diante do efeito de vigília provocado, passou a noite em oração, concebendo aquela infusão como algo sagrado. Essa é apenas uma das histórias que se conta, mas tanto o café, como o efeito da cafeína têm sido objetos de estudo de diversos cientistas, desde à antiguidade.

Quer saber mais sobre a cafeína? Continue a leitura para entender sobre o que é, seus benefícios e muito mais!

O que é cafeína?

fórmula estrutural da cafeína
Fórmula estrutural da cafeína

A cafeína é classificada como um alcaloide do grupo das xantinas (1,3,7-trimetilxantina).

Está presente na planta como um repelente natural às pragas, por isso seu sabor é amargo, para ser reconhecida como algo tóxico. Sendo assim, é uma das responsáveis pelo amargor presente no sabor do café, além da própria torra dos grãos. 

Mesmo com a característica de amargor,  para garantir que alguns insetos (como as abelhas) atuem como polinizadores, as flores do cafeeiro são mais doces, têm menor concentração de cafeína, mas em quantidade suficiente para atuar no sistema nervoso central desses insetos, agindo em sua memória.

Dessa forma, a cafeína faz com que os insetos memorizem e sintam a necessidade de retornar com frequência ao cafezal, contribuindo no ciclo da polinização.

Benefícios da cafeína

A cafeína é considerada uma das drogas mais consumidas no mundo. Presente em alimentos e fármacos, tem alta biodisponibilidade, ou seja, é absorvida quase que integralmente, através do trato digestório e distribuída aos tecidos pela corrente sanguínea. Portanto, seu efeito no organismo tem seu pico entre 30 a 90 minutos, após ser consumida, mas isso pode variar diante de vários fatores,  quando ingerida juntamente com outros alimentos, por exemplo.

Atua no nosso organismo como estimulante do sistema nervoso central, inibindo os receptores de adenosina e elevando os níveis de dopamina. 

Sensação de energia

A adenosina é um neurotransmissor responsável por desacelerar nosso organismo, estimulando a sensação de sono e fadiga, reduzindo a atividade motora e a frequência respiratória. Já a dopamina, atua sobre as emoções e estado de alerta, melhora o humor, aumentando a atenção e a capacidade cognitiva, combatendo a depressão.

Por isso, a cafeína traz essa sensação de energia e disposição, pois altera a percepção do cansaço, e eleva o bem-estar.

Ação diurética, emagrecimento e muito mais…

Tem ação diurética e termogênica (eleva a temperatura corporal) e portanto, pode acelerar o metabolismo e ser um colaborador no emagrecimento (aliada à alimentação equilibrada e prática de atividade física), além de auxiliar na redução dos sintomas de doenças como depressão, asma, cefaleia e prevenção de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Estudos recentes a apontam como preventiva do Diabetes Mellitus tipo 2.

cafeína pode ser benéfica para o emagrecimento
Créditos: Chander R em Unsplash

Claro que, para todos esses efeitos, devem ser levados em conta a soma de outros fatores coadjuvantes, interação com outras drogas e hábitos de vida, além da própria genética.

Efeito ergogênico

Sua função ergogênica contribui para o estado de alerta e tempo de reação, sendo utilizada como suplementação por atletas para melhora de performance, já que intensifica a potência física e mental, auxiliando na recuperação muscular.

Mas, CUIDADO! Nesses casos deve ser usada de forma controlada e orientada por profissional capacitado. A dosagem deve levar em conta o tipo de atividade física, o nível de condicionamento, o peso, a dieta, entre outros fatores, que devem considerar a tolerância e aceitabilidade da substância pelo indivíduo.

E outras razões podem interferir na metabolização, como peso corporal, gênero, estado de hidratação, consumo cotidiano de cafeína, hábitos alimentares, uso de medicamentos, o que também vai interferir na quantidade de metabólitos excretados pela urina.

cafeína pode ser usada como ergogênico nutricional
Créditos: Kelli Sikkema em Unsplash

Cafeína em Cosméticos

Segundo a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), a cafeína é a substância que apresenta maior número de estudos clínicos utilizando a via de administração cutânea, e vem sendo bastante aplicada em cosméticos.

Alguns estudos apontam as metilxantinas (como a cafeína, a teofilina, a aminofilina e a teobromina), para tratar a lipodistrofia (gordura localizada), bem como para tratamento da celulite, pois estimula a lipólise, aumenta a circulação sanguínea e contribui na síntese de colágeno.

A substância também indica eficácia para transpor a barreira cutânea, sendo recomendada em produtos tópicos.

Já são comercializados shampoos com cafeína, que prometem aceleração no crescimento e combate a queda dos fios de cabelo, porém os estudos que comprovem essa eficácia ainda são iniciais.

A ANVISA  recomenda que a concentração de cafeína em cosméticos  não deve ultrapassar 8% (Parecer técnico nº 1, de 29 de junho de 2002).


LEIA: COMO FAZER UM BOM CAFÉ EM CASA


administração da cafeína
Créditos: James Yarema em Unsplash

A diferença entre o remédio e o veneno está na dose

Vimos então as vantagens do consumo da cafeína, mas, por outro lado, o excesso pode trazer malefícios como insônia, irritabilidade, agitação, desconfortos gastrintestinais, desidratação, taquicardia, tremores e ansiedade.

Por seu efeito diurético, pode promover a perda de vitaminas e minerais importantes, como o cálcio.

Portanto, seu consumo é restrito para portadores de hipertensão arterial, gastrite, arritmias cardíacas, e os que sofrem de insônia, devem evitar seu consumo.

Lembremos também que, quanto maior o consumo, mais o organismo vai se habituando e requerendo quantidades cada vez maiores para atingir os mesmos efeitos, tornando-se prejudicial.

Recomenda-se o consumo máximo de 400 miligramas de cafeína por dia, ou 4 xícaras de 150 ml de café para um consumo seguro. Mas não podemos esquecer que nem só o café é fonte dessa substância, já que ela também é encontrada em alimentos comumente consumidos, como cacau, chocolate, mate, chás (preto e verde), bebidas à base de guaraná e cola, e também em alguns medicamentos como analgésicos, além das bebidas chamadas “energéticas”.

Em crianças é preferível que se consuma somente depois dos dois anos e ainda sim com parcimônia, pelo menos até os sete anos de idade, sempre observando como os efeitos da cafeína interferem em sua qualidade de vida.

Créditos: Ryan Holloway em Unsplash

Café descafeinado

Para alguns, café descafeinado  seria como beber cerveja sem álcool, ou seja, não faria sentido algum. Mas não podemos esquecer que existem indivíduos com intolerância à cafeína, como por exemplo, os portadores de síndromes como labirintite e pressão alta. 

Como uma maneira de atender esses consumidores, foram desenvolvidos os processos de descafeinação, que reduzem a cafeína a 0,1%, no máximo.

O processo de descafeinação (descoberto pelo químico alemão Ludwig Roselius, em 1903) era feito quimicamente, utilizando-se cloreto de metileno. Porém, na década de 80, essa substância foi classificada como cancerígena e outros métodos foram desenvolvidos, como o método hídrico, método do filtro de carvão, método da água saturada e método do gás carbônico.

As espécies e variedades de café possuem teores de cafeína diferenciados também. Os Canephoras (conilon e robusta) possuem em torno de 4% de cafeína, praticamente o dobro da cafeína dos grãos da espécie Arábica (1 a 2,5%). Dentre os arábicas, destacamos a variedade laurina, como um dos mais baixos teores de cafeína, sendo conhecido como o café “descafeinado natural”.


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Coado x Espresso

Sempre nos deparamos com a dúvida: onde há mais cafeína: no café espresso ou no coado?

Como são processos diferentes, que usam proporção de cafés distintos, e o tempo de contato com a água e a dose não são iguais, não há uma verdade absoluta, pois há que se levar em conta muitas variáveis nos processos de ambos.

A cafeína é hidrossolúvel, ou seja, quanto maior o tempo de contato com a água, mais cafeína terá a bebida, mas o gradiente de concentração durante a extração, também deve ser considerado.

No espresso, temos pouco tempo de contato do café com a água, e a dose é apenas 30 ml. No entanto, temos a ação da pressurização na extração, e a proporção de café é água é bastante concentrada (1:2, ou 15 g de café para 30 ml de água).

Nos coados, em que a dose é em torno de 200 ml, temos maior tempo de contato com a água na extração. Porém, a concentração de café é bem mais diluída (1:10, até 1:15 ou mais), sem contar as diferenças entre o teor de cafeína entre as variedades dos grãos.

Diante dessa dificuldade comparativa, essa é uma pergunta sem resposta definitiva, até o momento.


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extração de cafeína no espresso
Café espresso. Créditos: Wherda Arsianto em Unsplash

Café é mais que cafeína

É válido dizer, que o café tem inúmeros outros compostos, tão ou mais nobres do que a própria cafeína, nutrientes como fósforo, manganês e magnésio, vitaminas do complexo B e ácidos orgânicos com função antioxidantes e anti-inflamatórias.

Como barista, eu recomendo que o consumo de café seja motivado pelos sabores e aromas e experiências sensoriais que ele pode lhe proporcionar, não somente pelo efeito da cafeína. 

Mas, para isso, consuma cafés de qualidade, que passaram por processos laboriosos de seleção e torra, portanto, favorecendo sua saúde, além do prazer em saborear um café gostoso, de verdade. E assim, os efeitos da cafeína serão um bônus.